História da Liège-Bastogne-Liège

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[edit] Características

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A Liège-Bastogne-Liège é a clássica mais antiga de todas, dado que, a sua primeira edição, teve lugar ainda no Século XIX, no ano de 1892, tendo sido ganha pelo belga Léon Houa que venceria igualmente as duas edições seguintes.

Disputa-se através das zonas mais montanhosas da Bélgica, ao longo das rotas típicas das Ardenas, zona de vales e florestas, serpenteados por colinas íngremes e duras que se sucedem ao longo da região.

Foi em parte nesta zona que Eddy Merckx ganhou endurance durante a sua juventude, calcorreando montes e vales até se tornar o maior ganhador da história do ciclismo, com a impressionante marca de ... 525 vitórias (!) na sua gloriosa carreira. Para se ter uma ideia, o maior triunfador dos tempos modernos, Mario Cipollini, teve um pecúlio de cerca de 200 vitórias, muito menos de metade das alcançadas pelo "Canibal", epíteto com que ficou conhecido Eddy Merckx.

[edit] História

Este ciclista belga seria inclusivé o maior vencedor da história das clássicas, ganhando TODAS as grandes clássicas da Europa (29 no total) à excepção do Paris-Tours, a única que "escapou" ao seu palmarés. Concretamente na Liège-Bastogne-Liège, Merckx obteve 5 triunfos, valor que constitui record de vitórias, logo seguido pelo italiano Moreno Argentin que conseguiu 4 triunfos, três deles consecutivos.

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A comprovar a dificuldade da corrida e confirmando a opinião unânime de que é uma prova apenas ao alcance de campeões, refiram-se os nomes dos ultimos vencedores: 2004 Davide Rebellin, 2003 Tyler Hamilton, 2000 e 2002 Paolo Bettini, 2001 Oscar Camenzind, 1999 Frank Vandenbroucke, 1997 e 1998 Michele Bartoli. Fácilmente se constata que é uma prova, quer em termos de prestígio, quer em termos de dificuldade, ao nível do Paris-Roubaix e do Tour de Flandres, constituindo estas três clássicas o Trio Dourado das provas da Taça do Mundo.

É uma prova vocacionada para ciclistas versáteis e com temperamento de ataque, já que oferece uma sucessão de montes íngremes e estreitos, nos quais se destacam os célebres cumes de Wanne, Stockeu e La Redoute. Além da dureza do percurso, uma das riquezas desta "velhinha" clássica, é o cenário pitoresco das Ardenas, pintado do verde das florestas e dos campos, na zona do globo que terá mais amantes da modalidade por metro quadrado. Ao mesmo tempo, as Ardenas têm igualmente um peso histórico incontornável, tendo sido uma das zonas martirizadas da Segunda Guerra Mundial, célebre por ali se ter travado uma das batalhas mais ferozes do conflito, num dos Invernos mais sangrentos da história da humanidade.

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[edit] Heróis nas Ardenas

No que respeita à Liège-Bastogne-Liège, registaram-se até hoje 59 vitórias de corredores belgas, seguindo-se na lista de países vencedores a Itália, com o pecúlio de 11 triunfos, alguns deles recentes. Tal como vem sucedendo com grande parte das clássicas da Primavera, os países dos vencedores têm-se diversificado, em resultado da projecção e da importância que essas corridas atingiram, podendo encontrar-se vencedores de países com menos tradições na modalidade, sinal de que a predominância dos atletas do Benelux neste género de provas, tem decaído nas duas ultimas décadas.

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Desses vencedores não-belgas, refiram-se a Suíça (duas vitórias de Ferdi Kubler em 1951 e em 1952), Alemanha (Herman Buse e Dietrich Thurau), Irlanda (um par de vitórias para Sean Kelly), Dinamarca (Rolf Sorensen), Luxemburgo (Marcel Ernzer) , Rússia (Evgueni Berzin) e Espanha (Alejandro Valverde).

Mais habituais poder-se-ão considerar as três vitórias Holandesas (Albertus Geldermans, Steven De Rooks e Adri Van der Poel) e as cinco dos Franceses, por intermédio de Louis Trousselier, Camille Danguillaume, Jacques Anquetil e Bernard Hinault (duas vezes), dado que se tratam de países com enormes tradições no ciclismo.

Mais recentemente, realce para as duas vitórias sucessivas de Michele Bartoli (1997, 1998) e as de Paolo Bettini (2000, 2002), bem como para aquele que foi até à data o ultimo triunfo de um ciclista da casa, concretamente o de 2011, por intermédio de Philippe Gilbert.

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Habitualmente a prova tem uma distância de 260 quilómetros e, como se tem vindo a confirmar, constitui uma boa oportunidade para os trepadores. Resta saber sempre como estarão as pernas de alguns atletas no dia da corrida, dado que, muitos deles, também participaram na Amstel Gold Race e na Flèche Wallonne, na mesma semana.

A parte inicial da corrida não tem dificuldades de maior, visto que não tem muitos cumes até aos 170 kms, seguindo-se então sim noventa quilómetros de sucessivos acidentes no percurso. O pior estará sempre guardado para os 100 kms finais, com os Côtes de Stockeu, Wanneranval, Rosier, La Redoute, Sart-Tilman-Tilff e Saint-Nicolas, que fazem usualmente a selecção dos melhores. Especialmente aguardados são os cumes de La Redoute, situado numa fase nevrálgica da corrida, e o alto de Saint-Nicolas, "apenas" com 11% de inclinação média e a uns meros cinco quilómetros da meta, que se "encarregará" de desfazer algumas das dúvidas da corrida. De respeito é igualmente o quilómetro e meio final, na colina de Ans, a qual, embora menos íngreme que o Cauberg ou o Mur de Huy (Flèche Wallonne), é o derradeiro palco da decisão da corrida.

No que toca às anteriores participações de ciclistas portugueses os grandes destaques vão para Rui Costa, 3.º em 2016 e 4.º em 2015, e para Acácio da Silva que foi 5.º em 1984 e 9.º em 1985, no cômputo das suas sete participações na grande clássica belga.



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