Participações Portuguesas no Estrangeiro - Tour de Flandres
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+ | A prova tem habitualmente uma extensão acima dos 255 km e, como é tradicional, vive os seus momentos mais espectaculares nas passagens pelos famosos Muurs (muros), cujas rampas com inclinações acentuadas têm ao longo da história decidido muitos dos vencedores. | ||
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+ | Tradicionalmente, o Tour des Flandres tem 17 ''muurs'', alguns deles míticos, espalhados pelos últimos 120 km da prova. Em todos eles, concentram-se milhares de pessoas, envergando bandeiras das mais variadas nacionalidades, que para ali convergem na certeza de presenciarem um dos maiores momentos de ciclismo do ano. | ||
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+ | O Tour des Flandres é um dos ''monumentos do ciclismo'', à imagem da Milão-Sanremo, Paris-Roubaix, o Giro da Lombardia ou a Liège-Bastogne-Liège. Domingo, um milhão de espectadores ao longo das estradas fará desta prova um verdadeiro acontecimento nos campos belgas. Criada em 1913 por Karel Van Wijnendaele, ciclista flamengo do início século XX, a Ronda deve o seu nascimento ao semanário desportivo Sportwereld que o próprio Van Wijnendaele imaginou: como um modo de aumentar as vendas com a organização de uma grande prova ciclista de um dia, à imagem das que existiam então, em França (Paris-Roubaix, Paris-Tours, Bordéus-Paris) e em Itália (Milão-Sanremo, Giro da Lombardia) e cujos proveitos, para o L'Auto e a Gazetta dello Sport, organizadores dessas provas, se tinham tornado bastante apreciáveis. Foi necessário no entanto esperar pelo final da primeira Guerra Mundial para ver a corrida "levantar" voo, com o primeiro sucesso de um estrangeiro em 1923, quando o campeão suíço Henri Sutter se impôs. | ||
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+ | [[Image:RondevanVlaanderen.png|left]]A prova, interrompida pelo primeiro conflito mundial (ainda que, em 1915, tenha havido uma Volta à Flandres organizada no velódromo de Evergem), ganhava assim importância à escala europeia, constituindo ainda hoje um ''ex-libris'' das tão famosas clássicas da Primavera. Com o passar dos anos, a prova, frequentemente associada aos godos, aos montes flamengos e às condições meteorológicas delicadas, ganhou as suas cartas de nobreza, graças a uma multidão de proezas, de dramas ou de acontecimentos diversos, que fizeram a Ronda belga entrar na lenda do desporto. | ||
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+ | Surpreenderá hoje que o Muro de Grammont apenas tenha aparecido no percurso em 1950 e o Muro de Koppenberg, apenas em 1976 (dois anos após o Velho Quaremont porque, anteriormente, os corredores escalavam uma larga calçada na ligação de Berchem a Renaix). No entanto, as características da prova sempre se mantiveram ao longo dos tempos, reconhecendo-se todavia que, a inclusão desses dois ''Muurs'', foi um verdadeiro achado. | ||
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+ | Em 1944, Rik Van Steenbergen teve o primeiro sucesso da sua prolífica e gloriosa carreira, tornando-se aos 19 anos - e provavelmente para sempre o mais jovem vencedor da prova. Meio século depois, um homem que tinha quase o dobro da sua idade, impôs-se em Merbeke: o seu nome era Andreí Tchmil e tinha 37 anos quando ganhou a Volta à Flandres em 2000. | ||
+ | Muitas outras vedetas associaram o seu nome ao palmarés da Ronda. | ||
+ | Eddy Merckx apenas ganhou duas vezes mas, o seu triunfal sucesso de 1969, ao fim de uma fuga de setenta quilómetros sob chuva e vento gélido, permanecem indubitavelmente como um dos grandes momentos da carreira do ''Canibal''. | ||
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+ | Outra vitória incrível foi a de Eric Vanderaerden em 1985: depois de furar a 73 kms da meta e se ter atrasado consideravelmente, cerrou os dentes e lançou-se na perseguição dos grupos mais adiantados. Estóicamente, conseguiu chegar-se à 15.ª posição e, após a sua passagem louca pelo Muro de Koppenberg, feita como não há memória, já só tinha í sua frente um grupo de seis corredores. Ao chegar-se a eles, procurou ajudar o seu chefe de fila, Phil Anderson, anulando as várias tentativas de fuga de Hennie Kuiper. Só que, Eric Vanderaerden estava no melhor dia da sua carreira e lançou um ataque demolidor no Muro de Geraardsbergen, deixando atónitos os seus companheiros de fuga. É tida ainda hoje como a maior proeza do Tour de Flandres. | ||
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+ | Com vinte presenças consecutivas, Brik Schotte (na foto) é o recordista absoluto de participações na clássica flamenga. Brik é também o recordista de presenças no pódio da Ronde Van Vlaanderen com oito lugares (2 x 1.º, 2 x 2.º e 4 x 3.º), a par de Johan Museeuw (3 x 1.º, 3 x 2.º e 2 x 3.º). | ||
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+ | Em termos de presenças lusas, e apesar de a prova ter já quase um século de existência, apenas o jovem [[António Morgado]] conseguiu um lugar no top-10, ao ser 5.º classificado em 2024, no seu primeiro "Monumento"! | ||
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*[[Participações Portuguesas no Estrangeiro]] | *[[Participações Portuguesas no Estrangeiro]] |
Latest revision as of 23:19, 31 March 2024
Contents |
[edit] Resumo
[edit] Lugares no Top Ten
Lugar | Ciclista | Ano |
---|---|---|
5º | António Morgado | 2024 |
[edit] Historial das participações de ciclistas portugueses no Tour de Flandres
Início em 1913
[edit] Década de 2000
2005
Abandono: Sérgio Paulinho (Liberty Seguros)
2009
113º Rui Costa (Caisse d'Epargne)
[edit] Década de 2010
2010
Abandonos: Rui Costa (Caisse d'Epargne) e Manuel Cardoso (Footon-Servetto)
2011
Abandono: Manuel Cardoso (Footon-Servetto)
2015
20º Nelson Oliveira (Lampre-Merida)
- Destaque:
- Nelson Oliveira, meritório 20.º lugar
2016
Abandono: Nelson Oliveira (Movistar)
2017
18º Nelson Oliveira (Movistar)
- Destaque:
- Nelson Oliveira, meritório 18.º lugar
2018
62º Nelson Oliveira (Movistar) Abandonos: Nuno Bico (Movistar) e José Gonçalves (Katusha-Alpecin)
2019
45º Nelson Oliveira (Movistar)
[edit] Década de 2020
2020
65º Rui Oliveira (UAE-Team Emirates)
2021
56º Rui Oliveira (UAE-Team Emirates) 111º André Carvalho (Cofidis, Solutions Crédits)
2022
Abandono: Rui Oliveira (UAE-Team Emirates)
2023
58º Rui Oliveira (UAE Team Emirates)
2024
5º António Morgado (UAE Team Emirates)
Destaque:
- António Morgado, excelente 5.º lugar!
[edit] Apontamentos sobre o Tour de Flandres
[edit] Características
A Volta à Flandres é considerada a segunda clássica mais importante do Mundo, apenas superada em popularidade pela já lendária Paris-Roubaix.A prova tem habitualmente uma extensão acima dos 255 km e, como é tradicional, vive os seus momentos mais espectaculares nas passagens pelos famosos Muurs (muros), cujas rampas com inclinações acentuadas têm ao longo da história decidido muitos dos vencedores.
Tradicionalmente, o Tour des Flandres tem 17 muurs, alguns deles míticos, espalhados pelos últimos 120 km da prova. Em todos eles, concentram-se milhares de pessoas, envergando bandeiras das mais variadas nacionalidades, que para ali convergem na certeza de presenciarem um dos maiores momentos de ciclismo do ano.
[edit] História
O Tour des Flandres é um dos monumentos do ciclismo, à imagem da Milão-Sanremo, Paris-Roubaix, o Giro da Lombardia ou a Liège-Bastogne-Liège. Domingo, um milhão de espectadores ao longo das estradas fará desta prova um verdadeiro acontecimento nos campos belgas. Criada em 1913 por Karel Van Wijnendaele, ciclista flamengo do início século XX, a Ronda deve o seu nascimento ao semanário desportivo Sportwereld que o próprio Van Wijnendaele imaginou: como um modo de aumentar as vendas com a organização de uma grande prova ciclista de um dia, à imagem das que existiam então, em França (Paris-Roubaix, Paris-Tours, Bordéus-Paris) e em Itália (Milão-Sanremo, Giro da Lombardia) e cujos proveitos, para o L'Auto e a Gazetta dello Sport, organizadores dessas provas, se tinham tornado bastante apreciáveis. Foi necessário no entanto esperar pelo final da primeira Guerra Mundial para ver a corrida "levantar" voo, com o primeiro sucesso de um estrangeiro em 1923, quando o campeão suíço Henri Sutter se impôs.
A prova, interrompida pelo primeiro conflito mundial (ainda que, em 1915, tenha havido uma Volta à Flandres organizada no velódromo de Evergem), ganhava assim importância à escala europeia, constituindo ainda hoje um ex-libris das tão famosas clássicas da Primavera. Com o passar dos anos, a prova, frequentemente associada aos godos, aos montes flamengos e às condições meteorológicas delicadas, ganhou as suas cartas de nobreza, graças a uma multidão de proezas, de dramas ou de acontecimentos diversos, que fizeram a Ronda belga entrar na lenda do desporto.Surpreenderá hoje que o Muro de Grammont apenas tenha aparecido no percurso em 1950 e o Muro de Koppenberg, apenas em 1976 (dois anos após o Velho Quaremont porque, anteriormente, os corredores escalavam uma larga calçada na ligação de Berchem a Renaix). No entanto, as características da prova sempre se mantiveram ao longo dos tempos, reconhecendo-se todavia que, a inclusão desses dois Muurs, foi um verdadeiro achado.
[edit] Heróis na Flandres
Em 1944, Rik Van Steenbergen teve o primeiro sucesso da sua prolífica e gloriosa carreira, tornando-se aos 19 anos - e provavelmente para sempre o mais jovem vencedor da prova. Meio século depois, um homem que tinha quase o dobro da sua idade, impôs-se em Merbeke: o seu nome era Andreí Tchmil e tinha 37 anos quando ganhou a Volta à Flandres em 2000. Muitas outras vedetas associaram o seu nome ao palmarés da Ronda. Eddy Merckx apenas ganhou duas vezes mas, o seu triunfal sucesso de 1969, ao fim de uma fuga de setenta quilómetros sob chuva e vento gélido, permanecem indubitavelmente como um dos grandes momentos da carreira do Canibal.
Outra vitória incrível foi a de Eric Vanderaerden em 1985: depois de furar a 73 kms da meta e se ter atrasado consideravelmente, cerrou os dentes e lançou-se na perseguição dos grupos mais adiantados. Estóicamente, conseguiu chegar-se à 15.ª posição e, após a sua passagem louca pelo Muro de Koppenberg, feita como não há memória, já só tinha í sua frente um grupo de seis corredores. Ao chegar-se a eles, procurou ajudar o seu chefe de fila, Phil Anderson, anulando as várias tentativas de fuga de Hennie Kuiper. Só que, Eric Vanderaerden estava no melhor dia da sua carreira e lançou um ataque demolidor no Muro de Geraardsbergen, deixando atónitos os seus companheiros de fuga. É tida ainda hoje como a maior proeza do Tour de Flandres.
Com vinte presenças consecutivas, Brik Schotte (na foto) é o recordista absoluto de participações na clássica flamenga. Brik é também o recordista de presenças no pódio da Ronde Van Vlaanderen com oito lugares (2 x 1.º, 2 x 2.º e 4 x 3.º), a par de Johan Museeuw (3 x 1.º, 3 x 2.º e 2 x 3.º).
Em termos de presenças lusas, e apesar de a prova ter já quase um século de existência, apenas o jovem António Morgado conseguiu um lugar no top-10, ao ser 5.º classificado em 2024, no seu primeiro "Monumento"!